segunda-feira, 27 de julho de 2009

Direito de resposta

Não, eu não estou tão diferente
Está tão claro pra mim. Eu sei o que digo. É evidente.
Ninguém fica de repente assim tão diferente!
Diferente? Eu sei que dá pra saber.
Se for eu que vivo só eu que sei.
Eu digo, digo sim, pois o tempo está todo comigo.
Não o bastante pra me reconhecer.
Eu ainda continuo aquele. Eu nunca deixei de ser aquele já fui. Permaneço.
Se quem morreu ainda vive,
Vive porque tem fé. Mas o corpo, a alma, aquela voz
Não reconheço mais. E nem o outro reconhece. Não sou diferente de mim,
Meu individual e social permanece no meu fim
Eu sou eu e já me sinto outro.



Direito de resposta à música Eu sou eu.

terça-feira, 5 de maio de 2009

O episódio do gato

Outro dia estava me preparando para cair nos braços de Morfeu, isto é, estava terminando de lavar a louça, de arrumar a cozinha virada do avesso, fechando a janela da sala e por fim a porta da cozinha com seu dois cadeados incríveis, quando sem me dar conta tinha trancado dentro de casa aquele gato forte da cor negra que sempre insiste em comer a comida da Cidinha. - Cidinha é minha gatinha, linda por sinal, quase humana, só falta falar. - Na verdade eu estava tomando banho quando ouvi o ron ron do gatão para Cidinha. Era como se ele estivesse se declarando para minha pure cat, e o pior disso tudo, ela estava gostando. Eu parei, me remoeu um ciumes, poxa vida, minha gatinha-filhinha querendo namorar? -Detalhe: ela é castrada, e agora sei, ela nãoe stá morta. - Depois disso, sai do banheiro e com a maior rapidez do mundo ele procurou desesperadamente um buraco para escapar de casa, mas ele estava preso, e Cidinha parecia que miava manhosamente pedindon, clamando que ele ficasse. Como assim né? Abri a janela e aquele saiu com a maior brutalidade do mundo, fiquei até com medo dele ter se machucado nas grades. mas estava tudo bem. Pode parecer estranho estar escrevendo sobre isso, mas é o seguinte, estou tentando metamorfozear. Acho que se explicar fica mais fácil. Acredito que ultimamente tenho vivido como um gatão intruso em algo que não sei explicar. Pode ser coisa da minha cabeça, loucura mesmo, daquelas bem doidas, mas não acredito nisso, até porque tenho momentos de lucidez, como agora por exemplo, mas o problema, é que eu não vejo janela pra pular nem um gigante pra abrir a janela, muito menos uma Cidinha pra ficar miando junto. Na verdade eu tenho um gato, mas não é um gato desses, é um animal, mas deixa pra lá..... ahh isso é outra história.

sexta-feira, 27 de março de 2009

Quando a saudade aperta...


É só solidão. Poeira. Um vazio que aperta. Que me angustia. Por isso Ney.


Peito vazio

(Cartola/Elton Medeiros)


Nada consigo fazer

Quando a saudade

aperta

Foge-me a inspiração

Sinto a alma deserta

Um vazio se faz em meu

peito


E, de fato, eu sinto em

meu peito um vazio

Me faltando as tuas carícias

As noites são longas

E eu sinto mais frio


Procuro afogar noálcool

a tua lembrança

Mas noto que é ridícula

A minha vingança

Vou seguir os conselhos

de amigos

E garanto que não beberei

nunca mais

E, com o tempo, esta

imensa saudade

Que sinto se esvai.




Quando a saudade aperta, estando longe, o máximo que consigo e desabar junto de Ney. Ainda mais quando descobri Cartola através dele. A síntese do amor, do companheirismo, da simplicidade. Meu conforto.


quarta-feira, 18 de março de 2009

Novos rumos

É necessário compreender a finalização de uma etapa em nossa vida. Se persistimos nela por tempo a mais do que o mínimo necessário acabamos nos desgastando e perdemos nosso brilho, nossa alegria, e até o sentido de outras etapas que vieram e virão. Terminando ciclos, fechando portas, escrevendo outra página - não importa como chamamos, o importante é deixar no passado o que realmente já acabou.

Se terminou um relacionamento? Se não consegue emprego ou se foi despedido?Se iniciou sua vida fora da casa da família? Se seu melhor amigo, de longas datas, simplesmente desapareceu sem pistas ou explicações? Se as dores insistem...
Pode-se passar longos períodos se desgastando para tentar responder a algumas perguntas como essas. Pode até dizer para si mesmo que não caminhará mais por simplesmente não compreender as razões que levam determinadas coisas, tidas como importantes pra nós, foram subitamente transformadas...em absolutamente vento, nada.

Ninguém pode estar em dois lugares ao mesmo tempo, a física prova isso, é impossível viver no passado e no presente, concomitantemente, mesmo quando nos esforçamos para entender os acontecimentos de nossa vida, de nosso simples vida. Devemos aceitar que o que se passa não volta mais. Não é possível voltar a ser guri e brincar no pé manga, não é possível ser adolescente na juventude, não e possível ser amante de alguém que já se partiu. As coisas simplesmente passam, e o melhor que se deve fazer é deixar que elas vão embora. Por isso, recomendo mudança. Mudança de quarto, de ambiente de trabalho, de humor, de expectativa de vida. Acredito que tudo que está presente visivelmente neste mundo é reflexo daquilo que não enxergamos com nossos próprios olhos, mas sim vemos com o coração. E saber mudar, ou seja, abrir-se a novas possibilidades significa dar abertura para outras coisas melhores e mais significativas tomem lugar ao teu coração.
Outro dia li em um jornal a seguinte frase "ninguém está jogando nesta vida com cartas marcadas, portanto às vezes ganhamos, e às vezes perdemos". Sabe, não espere muito que alguém entenda seu amor, que saibam reconhecer todo aquele seu esforço, que lhe aplaudam porque você é um grande sábio, não espere muito. Apenas espere. Antes de iniciar um capítulo novo em nossa vida, é preciso terminar o capítulo anterior. Dar um fim ao que começou. Nada é insubstituível. Um hábito não precisa ser necessário. Isso é sério.
Para finalizar quero não utilizar minhas próprias palavras, mas sim, de uma grande amiga. "Encerrar ciclos. Iniciar outros. Abrir caminhos. Desbravar outros. Não por causa do orgulho, por incapacidade, ou por soberba, mas porque aquilo já não se encaixa em tua vida. Feche a porta, mude o disco, limpe a casa sacuda a poeira. Deixe de ser quem você foi, e se transforme em quem realmente você é.

quinta-feira, 12 de março de 2009

quando as palavras insistem em sair


Acho que já faz uns três dias que recebi minha última bolsa do mestrado. Acredita que a grana toda já se foi? Aluguel, contas de casa, passagem de ônibus, comidinhas, e confesso que comprei umas latinhas pra comerar a "última" bolsa. E é claro que, também, comprei uma tela pra pintar gostosuras...
Na verdade estou me aventurando nessas palavras porque estou me sentindo estranho nesses dias, fui procurar emprego durante a semana toda (segunda, terça, quarta e quinta), ainda, provavelmente, irei amanhã novamente. É realmente uma fase muito nova em minha vida. Me entrevistaram em universidades, escolas, laboratórios, vídeo-locadoras, supermercados, floriculturas, entre tantos outros lugares que compareci. As únicas respostas que encontrei foram "vamos analisar tua ficha e qualquer coisa entramos em contato" ou um simples "não temos vaga agora". Complicado iniciar assim a entrada no mercado, digno, de trabalho, não acha? Confesso que fiquei angustiado, decepcioado e triste com tantas incertezas. Relmente não gosto disso. Mas o mais incrível é que eu estava concorrendo, uma vaga, com pessoas das mais variadas intelectualmente possível. E me deparei com essa stuação que eu não era mais do que ninguem que estava ali. Éramos todos iguais. Sem nível, sem diferentes identidades. Iguais concorrendo a vagas, de emprego. Quero deixar claro que não me acho mais digno e meredor de oportunidades do que outras pessoas. Mas eu pude provar um pouquinho da "comédia da vida". É nao foi nada doce. Ao contrário, deixou marcas em minha garganta. A única coisa que consigo pensar, agora, é que na busca pelo primeiro emprego, seja ele qual for, o poder do procurador (futuro empregado) praticamente deixar de existir e "isso" vira uma roleta russa, ou melhor jogo de intresses que muitas vezes nos desestimulam.
Com certeza estou um pouco (bastante) triste, e isso é verificável a partir da leitura acima. Talvez minha vontade agora é de sair gritando, ou sair por aí fazendo sei lá o que. Mas não sei se isso adiantaria ou tiraria essa dor. E já que estou nesse clima quero aproveitar e dizer que meu coração a todo instante quer sair pela boca. Estou angustiado, sem saber o que fazer, o que pensar. Estou confuso. Muito confuso. E nesse sentido, as palavras me ajudam. E as imagens também, a figura que postei acima remonta aos planos, à memória dos lugares e pessoas que um dia passaram por aí. E com relação a isso, a fazer planos, tenho muitos, mas todos incertos, não há 100% de chance em nenhum. E até lá, como sobrevivo, no sentido carnal da palavra. Ai é a vida e é bonita e é bonita. Mas onde?
É só fase, eu ainda sei disso...

sábado, 24 de janeiro de 2009

Conte a sua história

J
I

H

G

F

E

D

C

B

A

"[...] o que move essa narrativa é a curiosidade e a fascinação pelo Outro, visto como estranho e exótico, e o impulso para fixá-lo e dominá-lo como objeto de saber e poder". (Silva, T.T., 2007)

quarta-feira, 21 de janeiro de 2009

Corpo a dedadas

Sem muito a pensar. Só raiva.
Acrílica sobre tela e colagens

sexta-feira, 2 de janeiro de 2009

A cor da dor

Minha cor, minha dor.

Em busca de um caminho

É assim, o ano de 2009 inicia-se com buscas, muitas buscas! Pelo emprego, pelo sonho, pela casa, pela certeza...