sábado, 5 de janeiro de 2008

Construa a sua própria bomba atômica e viva feliz para sempre - Parte II

PRIMEIROS PASSOS

A primeira coisa é obter a matéria prima. Normalmente utiliza-se o urânio 235. O urânio 238 deve ser evitado, pois apesar de possuir apenas 3 graus de diferença na escala, ele costuma dar chabu. (Já pensou, na hora H, você esperando um sonoro KABUUUMMM! e vem apenas um fraco, e geralmente fedido, puf?) Dê preferência ao urânio enriquecido, mas antes procure saber como ele enriqueceu. Se o enriquecimento dele ocorreu nos anos em que ele esteve em Brasília ou ocupando cargos no governo, mude de fornecedor, pois trata-se de enriquecimento ilícito. É urânio desonesto, muito embora goze de grande prestígio nos meios políticos e sociais. Pegue 100 kg de urânio 235 e divida em duas porções iguais. Coloque cada uma das porções em um cilindro de metal, tampe e reserve. Use um pincel, atômico, é claro, para identificar cada um dos cilindros. Em um deles escreva "MASSA SUBCRÍTICA" e no outro escreva "MASSA CRÍTICA".
A partir desse momento, evite, a qualquer custo, a contaminação entre os dois cilindros. As partículas da massa subcrítica somente devem encontrar as partículas da massa crítica no momento da explosão, depois de acionado o mecanismo fusível. Tá certo, é um tabu que nem aquele do noivo que não deve ver o vestido da noiva antes do casamento, mas tradição é tradição e deve ser respeitada. Em seguida....O quê?!! Como e onde conseguir o urânio? Putz, tenho que dizer tudo, é? [Sinais de impaciência e irritação. Pausa.]
Tá bem, vamos lá.

ONDE ADQUIRIR A MATÉRIA PRIMA

As melhores fontes para adquirir a matéria prima são (pela ordem de preferência): ferro velho,
organizações terroristas, centros de pesquisas e usinas nucleares. Com um pouco de paciência, pode-se conseguir bom material radioativo no ferro velho e os preços são muito convidativos. Confira com cuidado e veja se o material está muito gasto ou descorado. Verifique a textura, o sabor e a cor antes de fechar negócio. Organizações terroristas sempre pedem muito dinheiro para liberar porções radioativas, mas dá pra fazer boas aquisições. Centros de pesquisa e usinas nucleares são bons fornecedores, mas seja cauteloso porque os diretores e funcionários não gostam muito quando desaparecem grandes quantidades de urânio de lá. Eles ficam um pouco inquietos, sabe. Se for usar material vindo de centros de pesquisa, seja exigente. Alguns centros fazem pesquisa submetendo mosquitos e batatas à radiação, de modo que é preciso saber se o material radioativo está contaminado com larvas. Quanto mais contaminado com larvas, mais insetos nos resultados, quer dizer, mais incertos os resultados.Agora que você já tem o urânio, vamos à segunda fase. [Sinais de insanidade]