quarta-feira, 2 de janeiro de 2008

Clara Escuridão

Fusão, palavra que possui um significado tão importante quanto sua função. União. Partição. Transformação. Solidificação-1. Sólido que vira líquido às altas ou médias temperaturas. Derretimento. O sólido é estático. Não polui. Polui. Depende. Pode incomodar. O líquido pode escoar. Escorrer. Inflamar. Matar. É através deste fenômeno físico que algumas peculiaridades da vida são regidas. Pouco compreendidas, talvez. Mas um fato consuma-se na existência dos diamantes, que se dá por fusão. Ou fundição. Ou para os mais tops um fenômeno que pode ser até escaleno. Os diamantes nada mais são do que preciosas pedras esculpidas por centenas, talvez milhares de moléculas (átomos) de carbono. Todos unidos por ligações covalentes. Fortemente unidos. Possui um brilho e uma transparência que poucos elementos químicos no seu estado conseguem emitir, deixar-se observar. Talvez por isso o diamante valha tanto. Sua peculiaridade valiosa o torna singular. Alguns amigos dizem que quando encontramos uma preciosidade tão valiosa quanto um diamante, necessitamos esconder essa raridade sob sete chaves. Num lugar secreto, confortável, acessível somente para aqueles ou aquele ao qual pertence. Questiono-me até que ponto esse casulo opressor é valido? Até que ponto esse diamante vai suportar essa “lei” que só ofusca a essência de sua existência? Acredito que tudo na vida existe por um motivo e com um destino certo. Mas um diamante que não fala, que não sente embora seja orgânico, necessita cumprir sua função. E pra isso, alguns casulos que os cobrem precisam ser talhados, lixados ou até cortados para que seu brilho, sua luz, cumpra seu papel. Encantar. Enriquecer. Embelezar. Esse casulo, essa escuridão que embora seja confortável por um período de tempo torna-se a futura borboleta bela que um dia pode vir a não exibir seus encantos.
Por isso e por mais aquilo que minha amiga Marisa sempre canta:

“Desconheço a certeza que te fez exagerar, e abrir meus poros...cavar flores sem lhe ver, chega pra envolver, envolver querer com as cores que lhe dei, pedra tua cor, seja por amor...”