domingo, 24 de janeiro de 2010

daquela necessidade de expor-se

Semana passada escrevi uma frase em meu Twitter que diz o seguinte: - escrevo porque assim não sinto o gosto das palavras. E é verdade mesmo. Não sinto nem o amargo nem o doce, muito menos as texturas. Tal frase jogada no abismo me agarrou pelas pernas e me derrubou em um lugar que só a "Clarice" sabe descrever onde é. Fato é que, mesmo não saboreando as palavras, porque isso pra uns é vantagem (coma a palavra nabo ou rabada ou até mesmo jiló para a prova real) e pra outros não, eu sinto a necessidade de escrever, de expor, talvez de expor-me, me arriscando nessa linha tênue que é a escrita. Dentro desse universo eu vejo cores que vão dando vida a desenhos, que são pensamentos traduzidos em letras, que juntas formam palavras e dão cheiros e me fazem refletir e aguçam meus sentidos, embora o paladar não funcione, ou melhor, não pode ativar-se. É sobre essa inquietação, ou melhor, sobre esse intempestivo que brota/emana de um lugar que não está nem dentro e nem fora que quero falar, escrever e refletir.

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